sexta-feira, 4 de março de 2011

As Cores da Vida



Hoje acordei cinzento...
Onde andarão as outras cores?
O azul celestial que preenche o céu, ou o azul turquesa das praias das Caraíbas?
O verde da relva onde adoro passear, o vermelho vivo do sangue que é vida, ou o amarelo do meu sorriso, quando me contam uma anedota sem graça…
Está tudo cinzento, até o meu futuro se esfumaça , e se converte em cinza…
Gostaria de caminhar num arco-íris de pura felicidade.
Mas a felicidade não existe, assim como o arco-íris é apenas um reflexo de uma realidade imaterial.
Cores, pura ilusão de óptica, reflexos de luz, fisicamente não palpáveis.
Sentem-se apenas, enfeitam as nossas vidas, dão uma alegria virtual, mas não as conseguimos definir, pois as combinações de luz são infinitas.
É isso, a minha massa cinzenta, está prestes a explodir.
A alegria das cores está a desvanecer-se em mim, como um moribundo que agoniza e sucumbe lentamente…
Tenho apenas esperança, que um raiozito de sol ilumine o meu rosto desgastado pelos anos e me faça brilhar estes olhos já cansados.
Talvez volte novamente a sorrir um dia destes, em que não acorde cinzento
. !

- Autor: R.Ferreira -

Desencontros


São tudo desencontros, o tempo e o espaço nunca estão sincronizados.
Nunca somos livres, estamos restringidos à família, ao trabalho… a tudo.
Nunca conseguimos ser aquilo que verdadeiramente queremos ser.
Está tudo trocado, como se alguém tivesse pegado nas folhas de um livro as atirasse ao ar e as organizasse aleatoriamente, o que nunca faria sentido, estaria a novela ou o romance sem um encadeamento lógico, seria o caos. !
Não me arrependo de ter feito tudo o que fiz, vivi apenas...
Sempre fingi que tinha prazer em viver, como se fosse uma prostituta que simula um orgasmo, apenas para obter dinheiro, riqueza material,
mas sem prazer...

- Autor: R.Ferreira -